Um dia, encontrei-a nessa maravilha que é (às vezes) o facebook. Mandei mensagens privadas e renhénhéu converseta que ela não sabia, e como a minha vida estava, e que curso tinha tirado e textos sem fim como quem me conhece está habituado. Acabamos por descobrir que estávamos há sensivelmente 6 meses a trabalhar na mesma zona, na rua acima, que saíamos na mesma estação de metro... e esses afins das coincidências Ela não me viu e eu não a vi.
Um dia achei que já tinha tentado demasiado e borrifei, como faço sempre, luto muito pelo que quero, talvez demasiado, aposto todas as fichas até ficar sem nada... Não sei explicar, mas um dia o interesse morre, e eu desinteressei-me, achei que já tinha feito demasiado, que já a tinha procurado demasiado e que o retorno tinha sido zero. E deixei de escrever gradualmente, até que não lhe disse mais nada.
Numa bela tarde (suponho, já não sei) a miss recebe uma mensagem no FB, “ah e tal devíamos ir beber um café.”, não sei porquê mas respondi o que respondo sempre quando sei à partida que não vai dar, “sim temos que combinar” ou o meu clássico “quiçá.”. E assim ficou, eu não continuei e ela não insistiu e acabou por ali.
Hoje, a minha mãe recebe uma chamada, agora quer fazer as partilhas (deve achar que há muito, coitada...), passados 13 anos. Diz que a vida continuou para todos nós, e que me tem acompanhado pelo Facebook, e que sabe que eu quero casa e que me quer ajudar.
Ela não falou comigo. Teve sorte, muita sorte. Tinha tanta coisinha para lhe dizer, começando por um, “aí sim? Queres ajudar? Então vá, começas sendo minha fiadora. Depois entras com uma indemnização pela ausência todos estes anos... Afinal eu era menor e abandonaste-me. Esse dinheirinho sim deve dar para uma entrada numa casa. Porque para dividir só as dividas às finanças. Vamos então a divisões?”
Que querida, preocupou-se agora. Olha, só para ti, toma lá beijinho.
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