Tenho um problema grave com coisas giras, e geralmente algo inacessíveis à minha carteira. Não que eu não possa pagar tudo o que vem aí, sim, não há casacos de 700 euros nem relógios de mil, mas relógios com que se aproximam de uma centena de euros e roupa que custa mais de 20/30 euros começa a mexer com o meu sistema nervoso. Porque é que sou assim COMIGO, não sei. Deve ser um qualquer trauma infanto-juvenil que me faz gastar pouco comigo, talvez porque me ache pouco merecedora de loucuras, mesmo sabendo que sou muito merecedora. Confusos? Também eu.
Um destes virá. Porque sou muito merecedora. Vamos a votações?
Tenho que aproveitar as coisas boas de trabalhar em Lisboa.
Aproveitar os fins de tarde e ir dar umas voltinhas, sabendo que o meu carro está estacionado e não corre risco de multas da EMEL. Almoçar fora, em esplanadas, se o tempo permitir. Dar a volta ao Campo Pequeno só para desmoer o almoço. Ir a pé até ao Saldanha, até ao Parque Eduardo VII, ir as lojas, ao Corte Inglês ao almoço, passear pelas ruas interessantes, e aproveitar para sair do trabalho e ir a teatros e cinemas que são logo ali. Aproveitar ao máximo a localização priveligiada que vou ter até daqui a muito pouco tempo. Advinham-se mudanças na minha vida. Mudanças que falarei mais à frente, quando houver certezas.
Para já fico-me com, vou aproveitar mais as coisas boas de trabalhar em Lisboa.
O Ikea lançou uma campanha, brilhante por sinal, que fala da felicidade. Basicamente o conceito da campanha assenta sobre a ideia que a felicidade é um sentimento simples e que depende de como cada um encara a vida. Apelando à busca da felicidade nas coisas mais simples e banais da vida.
Sempre que este anuncio passa na televisão penso, que raio! Porque não és tu feliz? Juro, as vezes não sei porque me queixo tanto. Pensando bem no meu último ano eu consegui tanta coisa que antes nem imaginava ter. Conheci pessoas espectaculares e afastei da minha vida que já não fazia falta, isso é motivo de felicidade. O meu ordenado dobrou, quem pode dizer isso neste país? Isso é motivo para ser feliz. Nunca me sobrou mês no ordenado e pode fazer muitas excentricidades, nunca antes sonhadas por mim, isso é felicidade. Viajei mais este ano que em toda a minha vida, e só por isso devia ser feliz. Sei que as viagens não vão acabar e que são só o começo desta minha nova fase de descoberta do mundo, e isso tem de me fazer feliz. Fui a pessoa mais apaixonada que há por esse mundinho fora, e só isso me devia fazer sorrir absurdos, sei que fui "gostada", e isso, apenas isso, é motivo de felicidade. Tive o melhor sexo da minha vida (sei que vais ler isto e ficar corado, mas é a realidade, e fazendo parte do meu último ano tinha que referir), sim, porque isso me deu muita felicidade. Adoro não fazer nenhum, e isso tem sido recorrente na minha vida. E jantaradas, tantas tantas, das melhores de sempre, isso é coisinha que me faz feliz. E sou verdadeira, e as pessoas que me adoram são verdadeiras comigo e isso é felicidade. Não me morreu ninguém que fosse mesmo importante para mim, e tendo em conta que tenho velhotes na família, isso é motivo para felicidade. Não emagreci mas também não engordei. Hey! Isso é motivo para ser feliz, ou vá, estar satisfeita.
“Acreditamos que todos nós podemos ser mais felizes todos os dias. A receita é simples, mesmo nos momentos difíceis, basta estarmos mais atentos às pequenas coisas que nos fazem felizes, como o simples acto de chegar a casa e tirar os sapatos, sentir o cheiro das torradas pela manhã, ouvir a chuva lá fora, brincar com os nossos filhos, estar com a família e amigos, ou, simplesmente estar sozinho a “viajar” nos nossos sonhos”, defende, em comunicado, Patrik Antoni, director de Marketing da IKEA. São ao todo 8 spots diferentes, todos ligados entre si pelo mote “A felicidade vem de dentro… de casa.”
Talvez seja mesmo isso, a falta da minha casa. Talvez seja a única coisa que impede a minha total felicidade. Mas acredito que um dia a minha felicidade virá de dentro de casa, e isso, só por si, devia fazer-me feliz.
Continuo a acumular cenas inúteis a que chamo, no conjunto, enxoval.
- Já não posso ouvir as tuas lamúrias, bolas sei que és fona e poupada, mas sorrir ainda
não custa dinheiro. Vê lá se para variar deixas as trombas em casa.
- Nunca vais saber disso, pelo menos da minha boca, mas és um triste, foi o pior sexo
que já tive na vida, é que roça realmente o ridículo. Com a tua idade já devias
ter aprendido qualquer coisinha.
- Tiras fotografias péssimas, quem não tem talento não tem talento, não vale a pena
grandes máquinas e magníficas objectivas. Quem não tem jeito não tem jeito.
Dedica-te à pesca, e deixa quem sabe (e tem talento) fazer o resto.
- Estás tão piroso. E não é uma opinião só minha, mas sim de toda a gente que te conhece.
- Já percebi que queres atenção. Bolas escusas de arranjar tretas e desculpas para
eu olhar para ti. Vales mais que isso.
- A sério, estás assim tão desesperado? Não consegues nada melhorzinho que aquilo?
Não sei mas andar com uma pessoa sem temperos não deve ser lá grande coisa. Digo eu.
- Continua a fazer tudo pela calada, minha vaca, estarei cá para me rir quando
ninguém te der a mão.
- Já percebi que és igualzinha a ela, ou seja, uma cabra de primeira. Sorte a tua que és muito,
mas muito mais bonita.
- Pára, por favor, de me empurrar esse teu amigo encalhado que tu gostas tanto.
Sim eu já compreendi que ele é querido e sensível, mas dá-me tanto sono... não imaginas.
Não admira que ele esteja sozinho para cima de duas décadas.
- Não abras os olhinhos que não é preciso, estou aqui e estou a ver-te a irem-te ao rabinho!
E tu, nem dás por ela.
- Vamos lá a entender uma coisa, és gordo! Não te aches só porque tens o banco cheio
de dinheiro e vives num dos melhores apartamentos que já fui. És um zero. E comes
com a boca aberta. És ridiculo e nojento. Salve-se teres dinheiro, assim ainda arranjas
gajas com bom ar só porque te querem chupar... a guita toda.
Qualquer semelhança com quem conheces ou contigo é mera coincidência.
Post venenoso cá do sítio. Com carinho, da vossa Miss.
Assim, em modos gerais, o que as mulheres querem realmente é alguém que as faça sentir especiais, que as faça felizes, que ponha o braço em cima do corpo em noite frias. Que as faça sentir amadas. E mimimi sempre que estamos nessa mood, mimo é mesmo muito bom. Sentir que é aquela pessoa, que finalmente acertamos depois de um mundinho inteiro de gente sem graça na nossa vida.
Ou então... que lhes dê grandes orgasmos. Vamos a sinceridade, se beijar mal, for um zero na cama, não há, realmente, qualquer hipótese. Eu sei e tu sabes. Não venham com mimimi que eu não quero sentir que acertei em cheio e que vou ter que levar com aquilo muito mais tempo. Não, não.
Quem é que já não ficou com uma pessoa só porque ele é bom demais para dispensar? Eu já.
Já era para me ter ido embora, mas o meu chefe ligou-me a dizer que era capaz de aparecer uma urgência. Não sabe se vai haver ou não, mas no entretanto eu que espere... Vidas.
Ontem em conversas descobri que a minha professora primária se dedica à bela arte da prostituição... Com perfil algures na internet, perucas e todas as parafernálias que dão prazer a um cavalheiro.
É triste saber que esta senhora me ensinou o Bêábá das letras e dos números.
E sai-me esta assim, entre palavras e frases trocadas com uma amiga quando me ponho a ver as fotos de uma convidada, importante, pronto, pronto a madrinha e vejo que ela usou o mesmo vestido noutra ocasião, noutro casório aqui há 1 ano atrás. Até aqui tudo bem, mas penso, fui burra, é que fui mesmo estúpida. Fui eu gastar dinheiro num vestido, lindíssimo por sinal, que me assenta na perfeição, que é a minha fronha chapada, e agora fui queima-lo quando o pus na foto de perfil do meu facebook. Ora se estivesse quietinha usava-o para a próxima e ninguém desconfiava que era uma reutilização. É o que eu digo, o que não está no facebook não aconteceu.
Como alguém me disse, e dando o desconto do alcoól que era muito garanto, "Senhora (repare-se!!), o seu vestido partiu-me toda.". Relembro a minha idade, quarto de século. Miséria.
Não me parece que a minha próxima leitura me acompanhe para o trabalho. Gosto sempre de levar o livro iniciado, quem sabe não tenho tempo ao almoço para uma página ou outra. Mas este não. Não, não.
Já estou a ver o filme todo, "Então, o que estás a ler?", "ahh, isto é o Porno Pompeia. É uma história que narra a vida de um tipo, um tretas, que tem que fazer um spot publicitário sobre miúdos de frango e do que ele faz para sobreviver. No meio fala de muita droga, bebida e muito sexo. No meio..."
Fazia tempo que andava para ler este livro, uma amiga tinha lido e tinha adorado, entretanto o filme estava a chegar ao cinema e eu, que já me conheço, sabia que se o fosse ver nunca mais havia de pegar no livro. Então peguei em mim, ganhei vergonha na cara e fui fazer o que já devia ter feito há muito. Comprei o livro. E foi a melhor coisa que podia ter feito.
Andava um pouco cansada de ler coisas espectáveis, que não me despertavam emoção nenhuma, que não me faziam mossa, não ria mas também não chorava. Este foi diferente, foi dos romances ou histórias de amor ou whatever que mais adorei ler e mais emocionante. Tem uma narrativa simples mas inteligente, cheia de referências a locais e ao mundo literário e musical. Uma fantástica história que mexeu comigo de forma pessoal, tocando na minha sensibilidade de forma profunda. Talvez porque andarmos numa temática fantasiosa e sobrenatural, já sentia falta de ler sobre amor, sobre amizade, sobre o que é real.
Uma história interessantíssima escrita por David Nicholls. Que narra a história de duas pessoas desde 1988, Emma e Dexter. Cada capítulo fala de um dia específico, o dia 15 de Julho. E assim se contam 20 anos.
É impossível não reflectir sobre a nossa vida, sobre as nossas escolhas, não acharmos que somos mais Emma aqui, Dexter além. Impossível não ter nos sensibilizarmos com o fodilhão do Dexter quando ele fala de amor. Enfim, é ler. Meus amigos, é ler. E para mim que já li, é pegar no próximo livro que tenho para ler e esperar que seja pelo menos tão bom como este.