15 fevereiro 2011

gosto de ti

Hoje, em conversa com um amigo, sobre este magnifico dia que é do dos namorados, perguntava-lhe, eu sabendo que ele tem namorada, "então e jantarzinho?", ele lá me respondeu que os dois não estavam lá essas coisas, que a relação não estava espectacular, muito por a melhor amiga dele ser também sua ex, e uma ex de uma relação de anos e anos... Pois, eu bem vistas as coisas entendo a namorada, sim entendo, mas conheço-o a ele e à ex namorada, e ali não há chama nenhuma, aquilo junto não acende um único fósforo, não faz faísca, nada, ela é passado dele e ele é passado dela, dão se bem, ficou a amizade, mas é só isso. Eu entendo. Entendo o que é olhar para o nosso passado e ver uma pessoa que já amamos de forma completamente indiferente, é um amigo, se é que resta amizade, eu tento pensar que sim, mas não posso dizer com certezas que sou amiga de uma pessoa com quem não saio há meses, convenhamos. Comigo, posso dizer, que é um carinho. Nada mais. Mas voltando ao meu amigo, chamemos-lhe J, estávamos nós numa conversa sobre porque é que estávamos em casa num dia destes, ele disse e eu tive que responder, "não tenho com quem jantar." E não tenho, é verdade. Ele e eu lá trocamos mais algumas palavras e ele disse que tinha algumas saudades de quando era solteiro e eu respondi, prontamente, que já estou farta. E estou. Foi o que lhe disse, não é hoje, basicamente estou bem a borrifar-me para o dia dos namorados, não me interessa, aliás, como qualquer namorada interesseira, só gostava deste dia porque costumava ser sinónimo de jantares catitas e fins-de-semana fofinhos. Só isso. Mas não é o dia dos namorados que me incomoda, não, sinceramente. O que mais me incomoda mesmo são os outros dias todos do ano. Isso é que custa, e custa-me cada vez mais.
Não, não estou sozinha vai fazer 32 anos, não até porque nasci nos anos 80, mas estou sozinha há tempo suficiente para saber dizer que sinto falta de alguém na minha vida. Sinto falta de acordar com alguém ao lado, sentir o peso de um braço, fazer conchinha no sofá, sinto falta de estar desconfortável com membros para aqui e para além e de mentir, dizendo que estou óptima naquela posição "sim, estou confortável" (mentira!!), isso tudo para ficar com o pescoço dorido ou com o braço dormente, mas feliz enroscada em alguém. Sinto falta. Sinto mais falta ainda de um gosto de ti sentido, não é aquele gosto-de-ti-porque-acho-que-és-boa-e-gosto-das-tuas-mamas-e-quero-levar-te-para-a-cama-e-fazer-altas-cenas-contigo, não, eu quero um gosto de ti mesmo, um gosto mesmo, tonto e romântico, com aquele ar de parvo que uma pessoa só consegue atingir quando já está apaixonadita. Confesso que já estou a puxar para o cansada quando se fala de paixões, mas não quero desistir, mas se pensar bem na minha vida (e não me venham com cenas que é curta, que sou nova, é a que tenho, porra, é a única que tenho!) nada me leva a crer que o amor exista mesmo. Não. Há sempre um mas. E eu estou cada vez com menos paciência para andar metida em grandes carnavais. Quero só uma coisa verdadeira, sentir que tenho alguém na minha vida que me quer de forma igual. Estou cansada de desculpas. Estou cansada de investir e não ver nada em retorno. Só quero alguém que não mude todos os dias, que só saiba se gosta ou não quando acorda. Que não entre em crises existenciais a cada 15 minutos e ponha em causa tudo o que existe, assim, assim não quero. Que não diga não és tu sou eu, e saí dali directamente para os braços de outra, mas que também não diga, a culpa foi tua, se não funcionou foi muito por tua causa. Para ser assim, então não, então mais vale sozinha.

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